domingo, 12 de outubro de 2014

Não é (só) por dinheiro

Geração Y é ambiciosa, quer ser desafiada e deseja mais do que um salário, mostra pesquisa internacional.

Por Milena Lumini

     A geração Y - pessoas que hoje têm entre 18 e 30 anos , aproximadamente - quer mais do que apenas um salário. Com, ambições elevadas, o grupo espera ser desafiado e ter rápida ascensão. A constatação é de uma pesquisa feita pela Hays, empresa especializada em recrutamento, com mil pessoas dessa faixa etária no país. De acordo com o estudo, essa geração tem os salários mais altos e melhores expectativas de trabalho e segurança no emprego do que qualquer outra.
     Esses jovens cresceram vendo o país se desenvolver rapidamente e cumprir um papel importante no cenário global. Por esse motivo, suas ambições são mais altas. Para a maioria, o objetivo profissional é adquirir conhecimento e especialização. Em segundo lugar, o grupo espera obter reconhecimento pessoal e fazer a diferença para a sociedade.
     _O jovem procura muito o desafio, que poder ser tecnológico ou social. Ele é instigado a concorrer, fazer algo diferente. O dinheiro é importante, mas é uma consequência - afirma Otávio Felippe Pereira da Silva Jr., professor de MBA em Gerência de Projetos da Universidade do  Vale do  Itajaí.
     O Brasil é o único país dentre os pesquisados em que o dinheiro não é a prioridade. A geração Y quer uma carreira desafiadora e a possibilidade de progredir pessoal e profissionalmente, mas não quer esperar muito por isso. Segundo o estudo, o Brasil tem uma das mais altas taxas mudanças de emprego - 16%. Por outro lado, os jovens mostram todos os sinais de querer se desenvolver continuamente e ter o controle do próprio destino.
     Para 53% dos entrevistados pela Hays, o chefe ideal é o que atua como coach ou mentor (ou seja, que orientam a carreira) e grande parte também o descreve como um líder. Também há grande tendência para o empreendedorismo - 92% já têm ou quer ter o próprio negócio. Para o professor Pereira da Silva, isso não é uma surpresa para esse grupo que quer ser desafiado:
    _O empreendedorismo não tem limites, ao contrário de uma empresa que tem regras, disciplina e salário limitado.

Fonte: Zero Hora, Domingo, 12 de outubro de 2014. Caderno Pense Empregos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

I Encontro da Disciplina de Seminário Integrado

O I Encontro da Disciplina de Seminário Integrado foi pensado buscando intercalar saberes produzidos em sala de aula e atividades práticas, onde os alunos puderam expôr seus conhecimentos e na relação com os demais alunos do Ensino Médio criar vínculos de pesquisa para aprofundar e fortalecer os objetivos da Disciplina de Seminário Integrado.

Percebendo que é necessário criar uma rotina de estudos para alcançar os objetivos propostos para o Ensino Médio e junto com isso, pensar o projeto e artigo do Seminário iniciamos nosso encontro com a visualização do vídeo "Estimulando a Inteligência" (disponível no Youtube), onde o professor Pierluigi Piazzi expõe suas teorias de estudo.

Após a visualização do vídeo, os alunos do Ensino Médio foram agrupados em diferentes equipes e as tarefas foram sendo explicadas pelos professores organizadores.

Divididas em tarefas teóricas e práticas, os alunos deveriam atuar em equipe para solucionar os problemas propostos.

As tarefas teóricas estavam relacionadas à organização de um projeto de pesquisa. Cada nova tarefa teórica os grupos recebiam um tema de pesquisa e deveriam organizar uma das partes do projeto (problemática, objetivos, metodologia,... ). Nosso objetivo era que os alunos pudessem inicialmente pensar o projeto como um todo, para depois selecionar os argumentos/partes necessários para cada tarefa.

As tarefas práticas exigiam esforço conjunto de cada equipe para solução.
Os alunos foram desafiados a:

PROVA PRÁTICA 1 – Atravessar o rio.
>Objetivos:
# habilidade no trabalho em equipe
# desenvolver raciocínio lógico
# agilidade para solução de problemas
>Materiais:
                #cordas
                #cadeiras
>Desenvolvimento:
                -área da água limitada por cordas
                -alunos com suas cadeiras
                -sem encostar-se à ‘parte de água’, deverão atravessar o rio.




PROVA PRÁTICA 2 – Entrega de mercadoria
>Objetivos:
# habilidade no trabalho em equipe
# paciência para solução de problemas
# persistência para alcançar objetivos
>Materiais:
#cadeiras
#laranjas ou bolas de tênis
>Desenvolvimento:
-Alunos em coluna, sentados nas cadeiras
                -deverão se passar uma laranja usando apenas as pernas. Não podem usar as mãos.
                -prova concluída quando a laranja é entregue para o último aluno da coluna.
                -caso a laranja/bola caia durante o trajeto, deverá reiniciar a prova da equipe.



PROVA PRÁTICA 3 – Corrida de pés amarrados.
>Objetivos:
# habilidade no trabalho em equipe
# demonstrar agilidade e coordenação
# persistência para alcançar objetivos
# desenvolver estratégias para aprimorar o trabalho
>Materiais:
#tiras de pano para amarrar as pernas.
>Desenvolvimento:
-4 alunos  de cada equipe com as pernas amarradas na altura da canela.
                -deverão se deslocar até o ponto determinado sem que nenhum membro caia ou deixe cair a tira de pano que o mantém amarrado ao colega.
                -em caso de queda da tira de pano seguem duas regras:
                               1º) caindo a tira de um dos alunos da ponta, os mesmos devem sair da quadra e a equipe perde 10 pontos.
                               2º) caindo a tira de um dos alunos do centro, continua a atividade,porém perde 5 pontos.




PROVA PRÁTICA 4 – Criação de um classificado.
>Objetivos:
# habilidade no trabalho em equipe
# criatividade para criação da propaganda
# criatividade no uso dos materiais.
>Materiais:
# diversos
>Desenvolvimento:
-Os alunos deverão criar um classificado para jornal de algum produto.
                -Usando materiais diversos, montar o painel com a propaganda do produto.
                Regras para definição da pontuação:
                -criatividade
                               *funcionalidade
                               *cores/tamanhos/destaque ao produto
                               *formas de adquirir o produto
                -ausência de erros ortográficos


As tarefas foram executadas com determinação e criatividade por todas as equipes.

Abaixo o registro dos nossos alunos do Ensino Médio 2014.


Equipe de professores que desenvolveram as atividades:
Ivanete G. Prigol - Sandra M. Dallacort - Daniela Frosi - Vania M. S. Dall Agnol - Roberto Dall Agnol




Vídeo com a palestra de Pierluigi Piazzi


domingo, 22 de junho de 2014

Quer Aprender Mais? Tome nota com caneta e papel!

  (Foto: Flickr/ Creative Commons)        Uma pesquisa publicada na revista Psychological Science indica que pessoas que tomam notas de aulas em cadernos costumam lembrar mais das informações do que aqueles que digitam suas observações em um computador. As conclusões vêm de um experimento em que estudantes universitários assistiam palestras do TED. Eles deviam tomar nota do assunto usando caneta e papel ou um laptop. Depois, passavam por provas sobre as palestras que tinham assistido.

        As notas dos universitários mostraram que aqueles que escreviam à mão tinham notas melhores respondendo perguntas conceituais. Se a prova era feita bastante tempo depois da transmissão do vídeo, os alunos "digitais" tinham notas ainda piores. Mas qual é o motivo disso?

        Os pesquisadores responsáveis pelo estudo acreditam que transcrever informações para os laptops é "fácil demais" - e, por isso, não há necessidade de realmente prestar atenção e compreender o que foi dito. Prova disso é que, durante os testes, os participantes foram orientados a não tomar nota de algumas partes das palestras - e os "digitais" transcreveram o conteúdo mesmo assim.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2014/04/quer-aprender-melhor-tome-notas-com-caneta-e-papel.html

domingo, 1 de junho de 2014

Professores Orientadores

O mundo está mudando e isso está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes na evolução histórica da humanidade. A globalização, o surgimento de novas tecnologias, como o avanço das telecomunicações e da informática, contribuem para que ocorra mudanças, também, na Educação. A interação professor - aluno vem se tornando muito mais dinâmica nos últimos anos. 
O professor tem deixado de ser um mero transmissor de conhecimentos para ser mais um orientador, um estimulador de todos os processos que levam os alunos a construírem seus conceitos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas, como cidadãos e futuros trabalhadores, desempenhando uma influência verdadeiramente construtiva.
A Educação deve não apenas formar trabalhadores para as exigências do mercado de trabalho, mas cidadãos críticos capazes de transformar um mercado de exploração em um mercado que valorize uma mercadoria cada vez mais importante: o conhecimento. Dentro deste contexto, é imprescindível proporcionar aos educandos uma compreensão racional do mundo que o cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento de preconceitos ou superstições e a uma postura mais adequada em relação a sua participação como indivíduo na sociedade em que vive e do ambiente que ocupa. 
O desafio de contribuir com a educação do jovem e do cidadão, num momento de mudanças e incertezas e a necessidade de resgatar valores tão importantes condizentes com a sociedade contemporânea leva o professor a entender que deverá exercer um novo papel, de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados, como saber lidar com os erros, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos a se organizarem, educar através do ensino, entre outros.
O aluno precisa adquirir habilidades como fazer consultas em livros, entender o que lê, tomar notas, fazer síntese, redigir conclusões, interpretar gráficos e dados, realizar experiências e discutir os resultados obtidos e, ainda, usar instrumentos de medida quando necessário, bem como compreender as relações que existem entre os problemas atuais e o desenvolvimento científico. Isso só será possível, a partir do momento que o professor assumir o seu papel de mediador do processo ensino-aprendizagem, favorecendo a postura reflexiva e investigativa. Desta maneira ele irá colaborar para a construção da autonomia de pensamento e de ação, ampliando a possibilidade de participação social e desenvolvimento mental, capacitando os alunos a exercerem o seu papel de cidadão do mundo.
O modo de entender e agir que nos possibilita não nos deixarmos abater pela adversidade e, até mesmo, de utilizá-la para crescer. Uma das causas do fracasso do ensino é que tradicionalmente, a prática mais comum era aquela em que o professor apresentava o conteúdo partindo de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação, pressupondo-se que o aluno aprendia pela reprodução. Considerava-se que uma reprodução correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. Essa prática mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta poderia ser apenas uma simples indicação de que o aluno aprendeu a reproduzir, mas não aprendeu o conteúdo. É necessário saber para ensinar. O professor deve se mostrar competente na sua área de atuação, demonstrando domínio na ciência que se propõe a lecionar, pois do contrário, irá apenas "despejar" os conteúdos "decorados" sobre os alunos, sem lhes dar oportunidade de questionamentos e criticidade. 
Adequar a metodologia e os recursos audiovisuais de forma que haja a comunicação com os alunos, é também, uma forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem. 
É importantíssimo que o professor tenha, também, competência humana, para que possa valorizar e estimular os alunos, a cada momento do processo ensino-aprendizagem. A motivação é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias.
Dentro das competências: científica, técnica, humana e política desenvolvidas pelo professor, é essencial propiciar aos alunos condições para o desenvolvimento da capacidade de pensar crítica e logicamente, fornecendo-lhes meios para a resolução dos problemas inerentes aos conteúdos trabalhados interligados ao seu cotidiano, fazendo com que ele compreenda que o estudo é mais do que mera memorização de conceitos e termos científicos transmitidos pelo professor ou encontrados em livros.
É um trabalho em que raciocínio e criatividade são recompensados.
É indispensável dar mais ênfase à aprendizagem do que aos programas e provas como é prática comum em nossas escolas, pois no processo de ensino e aprendizagem, conceitos, ideias e métodos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, desenvolvendo competências para a interpretação e resolução dos mesmos. E esta resolução não é um exercício em que o aluno aplica, de forma quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório, mas uma orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em que se pode aprender conceitos, procedimentos e atitudes. Para que ocorram essas transformações, tão necessárias, é preciso que o professor demonstre profissionalismo, ética e, acima de tudo, compromisso com o sucesso dos alunos. O compromisso de conduzi-los ao aprendizado. É o desafio para todos os que estão envolvidos em Educação. 


Fonte: UDEMO

Criando uma Rotina de Estudos

rotina de estudo pode estar presente desde criança em nossas vidas ou até mais tarde quando já somos bem grandinhos. Para fazer um concurso, prestar vestibular, tentar uma seleção de mestrado ou doutorado, em comum podemos afirmar que a preparação e dedicação, em suma, são necessárias para a conquista de uma vaga dentre as opções a cima citadas. E para conseguir a aprovação, entra em jogo algo que para muitas pessoas é chato e difícil de conseguir se adaptar: uma rotina de estudo.
Todas as pessoas têm a mesma quantidade de tempo na semana, exatas 168 horas. Algumas, porém, conseguem usar melhor seus dias, sendo mais produtivas no trabalho, escola e ainda aproveitando com mais tranquilidade as horas de lazer. Para que você consiga alcançar seus objetivos, separamos nove dicas práticas para organizar sua rotina de estudo.
Aula dada é aula estudada Se você faz cursinho de manhã, a dica é estudar sempre a aula que teve no dia. “Após as aulas, é necessário que o estudante estude as matérias que teve. Não deixe nenhuma matéria para depois”, diz o coordenador do Anglo.
Estude até o começo da noite Para quem vai no cursinho pela manhã, o melhor é começar a estudar às 15h e manter os estudos até às 19h. Depois disso, tire uma hora, de preferência antes da janta, para ler jornais e revistas.
Estude de segunda a sábado O estudante que consegue manter uma rotina de estudos de segunda a sexta, deve aproveitar o sábado para revisar o conteúdo visto durante a semana. O domingo deve ser de descanso. Já para aqueles que trabalham e fazem cursinho a noite, ou vão à escola pela manhã e ao cursinho à tarde, deve aproveitar o final de semana para estudar a matéria que teve durante a semana no curso pré-vestibular.
Não deixe de fazer redações Tente escrever uma redação por semana. “Se o estudante não está na escola ou cursinho, peça para um amigo ou familiar ler o texto, para apontar possíveis erros e acertos”, comenta Alberto do Nascimento.
Resolva provas de vestibulares antigos A partir do segundo semestre, o estudante pode, uma vez por semana, resolver, destinar até duas horas por dia para fazer questões de vestibulares passados.
Revise o conteúdo perto dos vestibulares De acordo com o coordenador Alberto, a revisão para o vestibular deve ser feita de 3 a 4 semanas antes das primeiras fases das provas. A revisão para a segunda etapa deve ser feita assim que o candidato souber do resultado da primeira etapa do processo seletivo que está participando.
Simulados o dia da prova O ideal é que o vestibulando faça um simulado por mês. “Além de medir o seu conhecimento e saber as principais dúvidas, com o simulado o estudante também treina a situação de prova”, explica Alberto. Mesmo para quem estuda em casa, dá para simular. Baixe provas antigas e tente representar um dia de prova em casa.
O ato de estudar é solitário O estudante precisa de um lugar calmo para estudar, sem interferências externas. Muitas vezes ficar em casa pode atrapalhar, por isso é recomendável que o estudante fique na escola, no cursinho ou em alguma biblioteca pública, para garantir a concentração.
Mantenha uma atividade física regular É importante que o vestibulando separe uma hora do seu dia, de duas a três vezes por semana, para exercícios físicos. “Aconselho que o estudante mantenha a cabeça voltada 100% para os estudos. Deixe de fazer algumas atividades extras, como ballet ou música. Só mantenha, regularmente, uma atividade física”, comenta o coordenador.
Pode acontecer de um dia ou outro a rotina ir água abaixo, mas se respeite e se limite. Depois de um tempo você vai ver que é quase impossível viver sem uma rotina de estudos porque ela já faz parte da sua vida.

Fonte: http://canaldoensino.com.br/blog/9-dicas-para-criar-uma-rotina-de-estudo

A importância da Pesquisa na Escola.

Os alunos, em sua maioria, não buscam respostas para seus questionamentos acerca de diversos assuntos, quando estão resolvendo exercícios que necessitam de uma pesquisa dentro do texto ficam desanimados e muitas vezes desistem.

A pesquisa pode ser um grande instrumento na construção do conhecimento do aluno, por isso se faz necessário, sempre que possível, que o professor mande algum tema para pesquisa relacionado com o conteúdo, a fim de contribuir na construção da aprendizagem.

Por meio da pesquisa o aluno tem possibilidade de descobrir um mundo diferente, coisas novas, curiosidades. Dessa forma, o professor tem a incumbência de gerenciar e orientar os seus alunos na busca de informações, sua função é disponibilizar referências bibliográficas, oferecendo melhores condições de desenvolvimento da pesquisa. Além de atuar na orientação da construção de textos a partir do material da pesquisa, o professor deve ensinar como retirar as partes mais importantes do conteúdo pesquisado. Outro ponto de grande relevância que o educador deve abordar é a conscientização de que uma pesquisa não é uma mera cópia e sim uma síntese de um conjunto de informações.

A etapa técnico-científico informacional que a humanidade está atravessando e a ascensão dos meios de comunicação tem facilitado o acesso às informações, desse modo, podem ser usados como base de pesquisas: livros, revistas, artigos científicos, enciclopédias, documentários, entrevistas, internet entre outras.

A pesquisa na escola não deve ter apenas o objetivo de ocupar o aluno, de modo que o mesmo não fique sem fazer nada em casa, sua finalidade vai além, formar pessoas curiosas acerca do que se passa no mundo, assim, por meio dessa busca, o conhecimento será construído pelo próprio educando.


Fonte: 
Brasil Escola 

sábado, 31 de maio de 2014

'Geração do diploma' lota faculdades, mas decepciona empresários

Por Ruth Costas
Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar.
Na última década, o número de matrículas no ensino superior no Brasil dobrou, embora ainda fique bem aquém dos níveis dos países desenvolvidos e alguns emergentes. Só entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE.

A decepção do mercado com o que já está sendo chamado de "geração do diploma" é confirmada por especialistas, organizações empresariais e consultores de recursos humanos."Mas mesmo com essa expansão, na indústria de transformação, por exemplo, tivemos um aumento de produtividade de apenas 1,1% entre 2001 e 2012, enquanto o salário médio dos trabalhadores subiu 169% (em dólares)", diz Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Os empresários não querem canudo. Querem capacidade de dar respostas e de apreender coisas novas. E quando testam isso nos candidatos, rejeitam a maioria", diz o sociólogo e especialista em relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Pastore.
Entre empresários, já são lugar-comum relatos de administradores recém-formados que não sabem escrever um relatório ou fazer um orçamento, arquitetos que não conseguem resolver equações simples ou estagiários que ignoram as regras básicas da linguagem ou têm dificuldades de se adaptar às regras de ambientes corporativos.
"Cadastramos e avaliamos cerca de 770 mil jovens e ainda assim não conseguimos encontrar candidatos suficientes com perfis adequados para preencher todas as nossas 5 mil vagas", diz Maíra Habimorad, vice-presidente do DMRH, grupo do qual faz parte a Companhia de Talentos, uma empresa de recrutamento. "Surpreendentemente, terminanos com vagas em aberto."
Outro exemplo de descompasso entre as necessidades do mercado e os predicados de quem consegue um diploma no Brasil é um estudo feito pelo grupo de Recursos Humanos Manpower. De 38 países pesquisados, o Brasil é o segundo mercado em que as empresas têm mais dificuldade para encontrar talentos, atrás apenas do Japão.
É claro que, em parte, isso se deve ao aquecimento do mercado de trabalho brasileiro. Apesar da desaceleração da economia, os níveis de desemprego já caíram para baixo dos 6% e têm quebrado sucessivos recordes de baixa.
Linha de montagem da Ford (Foto BBC)
Produtividade da industria aumentou apenas 1,1% na última década, segundo a CNI
Mas segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado nesta semana, os brasileiros com mais de 11 anos de estudo formariam 50% desse contingente de desempregados.
"Mesmo com essa expansão do ensino e maior acesso ao curso superior, os trabalhadores brasileiros não estão conseguindo oferecer o conhecimento específico que as boas posições requerem", explica Márcia Almstrom, do grupo Manpower.

Causas

Especialistas consultados pela BBC Brasil apontam três causas principais para a decepção com a "geração do diploma".
A principal delas estaria relacionada a qualidade do ensino e habilidades dos alunos que se formam em algumas faculdades e universidades do país.
Os números de novos estabelecimentos do tipo criadas nos últimos anos mostra como os empresários consideram esse setor promissor. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Hoje são 2.416, sendo 2.112 particulares.
"Ocorre que a explosão de escolas superiores não foi acompanhada pela melhoria da qualidade. A grande maioria das novas faculdades é ruim", diz Pastore.
Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres, concorda. Há mais de uma década, McCowan estuda o sistema educacional brasileiro e, para ele, alguns desses cursos universitários talvez nem pudessem ser classificados como tal.
"São mais uma extensão do ensino fundamental", diz McCowan. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."
Para se ter a medida do desafio que o Brasil têm pela frente para expandir a qualidade de seu ensino superior, basta lembrar que o índice de anafalbetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%, segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope.
Estudantes (Foto BBC)
Especialistas questionam qualidade de novas faculdades no Brasil
Na prática, isso significa que quatro em cada dez universitários no país até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações. Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas.
De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu 14 pontos - de 76%, em 2001, para 62%, em 2011. "E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda", prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM.
Segundo Lima, tal fenômeno em parte reflete o fato da expansão do ensino superior no Brasil ser um processo relativamente recente e estar levando para bancos universitários jovens que não só tiveram um ensino básico de má qualidade como também viveram em um ambiente familiar que contribuiu pouco para sua aprendizagem.
"Além disso, muitas instituições de ensino superior privadas acabaram adotando exigências mais baixas para o ingresso e a aprovação em seus cursos", diz ela. "E como consequência, acabamos criando uma escolaridade no papel que não corresponde ao nível real de escolaridade dos brasileiros."

Postura e experiência

A segunda razão apontada para a decepção com a geração de diplomados estaria ligada a “problemas de postura” e falta de experiência de parte dos profissionais no mercado.
"Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade", diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.
"Entre os que se formam em universidades mais renomadas também há certa ansiedade para conseguir um posto que faça jus a seu diploma. Às vezes o estagiário entra na empresa já querendo ser diretor."
As empresas, assim, estão tendo de se adaptar ao desafio de lidar com as expectativas e o perfil dos novos profissionais do mercado – e em um contexto de baixo desemprego, reter bons quadros pode ser complicado.
Para Marcelo Cuellar, da consultoria de recursos humanos Michael Page, a falta de experiência é, de certa forma natural, em função do recente ciclo de expansão econômica brasileira.
"Tivemos um boom econômico após um período de relativa estagnação, em que não havia tanta demanda por certos tipos de trabalhos. Nesse contexto, a escassez de profissionais experientes de determinadas áreas é um problema que não pode ser resolvido de uma hora para outra", diz Cuellar.
Nos últimos anos, muitos engenheiros acabaram trabalhando no setor financeiro, por exemplo.
"Não dá para esperar que, agora, seja fácil encontrar engenheiros com dez ou quinze anos de experiência em sua área – e é em parte dessa escassez que vem a percepção dos empresários de que ‘não tem ninguém bom’ no mercado", acredita o consultor.

'Tradição bacharelesca'

Por fim, a terceira razão apresentada por especialistas para explicar a decepção com a "geração do diploma" estaria ligada a um desalinhamento entre o foco dos cursos mais procurados e as necessidades do mercado.
"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários."
Gabriel Rico
De um lado, há quem critique o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros tende a seguir carreiras das ciências humanas ou ciências sociais - como administração, direito ou pedagogia - enquanto a proporção dos que estudam ciências exatas é pequena se comparada a países asiáticos ou alguns europeus.
"O Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes", diz o diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Gabriel Rico.
Segundo Rico, as consequências dessas deficiências são claras: "Em 2011 o país conseguiu atrair importantes centros de desenvolvimento e pesquisas de empresas como a GE a IBM e a Boeing", ele exemplifica. "Mas se não há profissionais para impulsionar esses projetos a tendência é que eles percam relevância dentro das empresas."
Do outro lado, também há críticas ao que alguns vêem como um excesso de valorização do ensino superior em detrimento das carreiras de nível técnico.
"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários", diz o consultor.
Rafael Lucchesi concorda. "Temos uma tradição cultural baicharelesca, que está sendo vencida aos poucos”, diz o diretor da CNI – que também é o diretor-geral do Senai (Serviço Nacional da Indústria, que oferece cursos técnicos).
Segundo Lucchesi, hoje um operador de instalação elétrica e um técnico petroquímico chegam a ganhar R$ 8,3 mil por mês. Da mesma forma, um técnico de mineração com dez anos de carreira poderia ter um salário de R$ 9,6 mil - mais do que ganham muitos profissionais com ensino superior.
"Por isso, já há uma procura maior por essas formações, principalmente por parte de jovens da classe C, mas é preciso mais investimentos para suprir as necessidades do país nessa área", acredita.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131004_mercado_trabalho_diplomas_ru.shtml